OLIMPÍADAS E PARAOLIMPÍADAS RIO 2016 06/16/2016 - 09:10
Estima-se que mais de 400.000 turistas estrangeiros participarão dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. A maioria dos viajantes europeus chegará ao Brasil por companhias aéreas comerciais e visitará, principalmente, o Rio de Janeiro, mas também pode visitar outras partes do Brasil. Viagens domésticas no Brasil serão realizadas principalmente por aviões comerciais ou transporte terrestre público/privado para os locais do evento.
Os Jogos Olímpicos de 2016 terão lugar durante o inverno austral, com calor tropical no norte e temperaturas frias no sul do país. Além do Rio de Janeiro, partidas de futebol serão realizadas em Belo Horizonte, Brasília, Salvador, São Paulo e Manaus, cidades que sediaram os jogos da Copa do Mundo de 2014.
Fonte: ECDC
BRASIL - EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
Doenças transmitidas pela água/alimentos (DTA)
Em 2015, as águas das instalações olímpicas aquáticas na Baía de Guanabara, no Lagoa Rodrigo de Freitas e nas Praia de Copacabana foram constatadas como altamente contaminadas com esgoto. Esforços estão sendo feitos para concluir o trabalho de infraestrutura corretiva para a mitigação e redução da poluição e protocolos estão em teste e aprimoramento para minimizar o risco de doenças gastrointestinais e respiratórias para os atletas que competem nesses locais.
Surtos de origem alimentar são um problema de saúde pública durante manifestações de massa. Apesar de avanços importantes na higiene de alimentos e da água no Brasil implementadas ao longo de 2.000 a 2.013, o Ministério da Saúde relata uma média de 665 surtos de origem alimentar por ano. Agentes causadores dessas infecções foram, em ordem de frequência, Salmonella sp., Staphylococcus aureus, Escherichia coli e Bacillus cereus. Os locais mais frequentemente associados a esses focos foram residências privadas, seguidos de restaurantes e confeitarias. Um estudo realizado em viajantes que retornam do Brasil identificou Campylobacter e Giardia spp. como os patógenos mais frequentes associados a doença gastrointestinal. Além disso, nas últimas duas décadas, a causa de doenças diarreicas na população em geral deslocou-se de infecções bacterianas por transmissão fecal-oral para infecções virais com transmissão de pessoa para pessoa. A OMS classifica o Brasil como um país com endemicidade intermediária da hepatite A e, portanto, propenso a tais surtos. Febres tifoide e paratifoide são raramente relatadas no Brasil. O Brasil está livre de cólera desde 2005.
Doenças emergentes e doenças transmitidas por vetores
Infecção por vírus Zika
Em maio de 2015, a transmissão autóctone do vírus Zika foi confirmada no Brasil. O Ministério da Saúde (MS) estima que entre 0,5 a 1,5 milhão de pessoas foram infectadas pelo Zika durante 2015.Vários países, incluindo o Brasil, têm relatado um aumento de GBS durante surtos de Zika. Uma comunicação recente, no entanto, concluiu que não há provas suficientes para estabelecer a causalidade entre a infecção pelo Zika e SGB.
- O inverno registra historicamente menores índices de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti;
- Casos de Zika caíram drasticamente nas últimas semanas no Brasil e no Rio de Janeiro;
- Neste ano, houve redução antecipada dos casos de dengue e o mesmo padrão está sendo observado para o Zika.
- Além disso, o vírus Zika já está presente em 60 países e o Brasil representa 15% da população exposta à doença.
Dengue
A dengue continua sendo um grande problema de saúde pública no Brasil. incidência e gravidade da doença têm aumentado nas últimas duas décadas. De 2.000 a 2.009, foram registrados 3,5 milhões de casos de dengue. Desde o início do ano e até 1 de abril, 799.048 casos de dengue, prováveis e confirmados, foram notificados nas Américas e na região do Caribe, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).O Brasil responde por 557.121 (quase 70%) de todos os casos nas Américas. A transmissão de dengue no Brasil ocorre durante todo o ano, mas é mais intensa de fevereiro a junho. Há uma variação considerável no risco de dengue, dependendo da parte do país e da sua zona climática. O risco de ser picado por mosquitos vetores Aedes diminui durante os meses de inverno em partes do sul do Brasil, incluindo o Rio do Janeiro, mas provavelmente permanece em outras áreas mais ao norte.
Chikungunya
Em dezembro de 2013, a febre chikungunya surgiu na ilha de Saint Martin, no Caribe francês e rapidamente se espalhou nas Américas. Esta foi a primeira vez que a transmissão autóctone foi documentada na região. Desde o início do ano até 1º de abril de 2016, 38.196 casos suspeitos e confirmados de infecção pelo vírus chikungunya e duas mortes foram relatadas. O Brasil responde por 9,3% de todos os casos notificados nas Américas até então. Em 22 de Dezembro de 2015, as autoridades de saúde locais no Brasil confirmaram a circulação ativa do vírus chikungunya no município do Rio de Janeiro após a detecção de um caso autóctone.Malária
A malária está presente na Amazônia brasileira, regiões Norte e Centro-Oeste, com menos de 150.000 casos notificados em 2014. Plasmodium vivax é responsável por 83% e Plasmodium falciparum por 16% de todos os casos. Embora a cidade do Rio de Janeiro seja livre de malária, a parte central do estado do Rio, nas áreas montanhosas arborizadas, relata, em média, cerca de seis casos autóctones/ano - quatro foram relatados em 2014.Febre Amarela
A febre amarela é endêmica em grande parte do Brasil, com baixo número de casos por ano, a despeito dos programas de vacinação. O Brasil não registra um caso de febre amarela urbana desde 1947 e a vacinação não é recomendada para viajantes cujos itinerários são limitados ao Rio de Janeiro.Leishmaniose
Leishmaniose cutânea e mucosa é endêmica em 18 países nas Américas, com 78,8% dos casos relatados no Brasil. Em 2013, 37.402 casos foram registrados no país e sub-região andina. A leishmaniose visceral é um problema crescente, com uma média de dois casos por 100.000 habitantes a cada ano. Entre 2.001 e 2.013, 45.490 casos foram registrados nas Américas com o Brasil respondendo por 96,0% do total. A doença não é endêmica no Rio de Janeiro ou no estado do Rio de Janeiro.Doença de Chagas
A implementação de um programa de controle de vetores intensivo em 2.006 eliminou o principal vetor da doença de Chagas no Brasil e interrompeu a transmissão vetorial. Cerca de 3,5 milhões de pessoas no país ainda têm a forma crônica da doença e a transmissão congênita continua por causa do longo período de latência da doença de Chagas. Embora a doença não seja considerada endêmica no Rio de Janeiro ou no estado do Rio de Janeiro, a transmissão autóctone já foi documentada.HIV/Aids
No Brasil, as notificações de HIV permanecem estáveis desde 2.000. A média de soroprevalência nacional estimada é inferior a 0,6%, com cerca de 600.000 pessoas infectadas. Desde 1996, o Brasil fornece acesso universal e gratuito à terapia antirretroviral. Nos grandes centros urbanos, a incidência de doenças relacionadas com a Aids diminuiu notavelmente, no entanto, em pequenos e médios municípios, baixo nível de transmissão ainda está em curso. Entre 1996 e 2006, a incidência do HIV nas regiões Norte e Nordeste aumentou de 2,7 para 4,6 por 100.000 habitantes, e de 3,0 para 3,3 por 100. 000, respectivamente.A prevalência do HIV entre grupos específicos de risco é maior com taxas relatadas de 6,2% entre os trabalhadores do sexo, 13,6% entre homens que fazem sexo com homens e 23,1 entre as pessoas que usam drogas injetáveis.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde e Agência Brasil
Hepatites virais
O Brasil é considerado um país de baixa endemicidade para a hepatite B.A hepatite B é mais comumente transmitida de mãe para filho no nascimento (transmissão perinatal), ou através da transmissão horizontal (exposição a sangue infectado). Também é transmitida por exposição percutânea ou mucosa a sangue infectado e vários fluidos corporais, incluindo saliva, fluido menstrual, vaginal e fluidos seminais. A transmissão sexual pode ocorrer, especialmente em homens não vacinados que fazem sexo com homens e pessoas heterossexuais com múltiplos parceiros sexuais ou de contato com trabalhadores do sexo.
Um estudo de soroprevalência de âmbito nacional da hepatite C (HCV), realizado em 2005-2009 nas capitais das cinco regiões brasileiras, apresentou uma prevalência ponderada de anticorpos de HCV de 1,4% (IC 95% 1,12% -1,64%). A soropositividade variou de 0,7% na região Nordeste a 2,1% na região Norte.
O vírus da hepatite C é um vírus transmitido por sangue. É mais comumente transmitido por meio do uso de drogas injetáveis através da partilha de material de injeção, nos serviços de saúde, devido à reutilização ou esterilização inadequada de equipamentos médicos, especialmente seringas e agulhas, ou através da transfusão de sangue e produtos sanguíneos sem blindagem. Menos frequentemente, o HCV pode ser transmitido sexualmente e pode ser passado de uma mãe infectada para o bebê. A hepatite C não é transmitida através do leite materno, alimentos ou água ou pelo contato casual, como abraçar, beijar e compartilhar alimentos ou bebidas com uma pessoa infectada.
Sarampo e Rubéola
Em novembro de 2015, a comissão de verificação da Região da América determinou que a região não pode ser declarada livre do sarampo porque o Brasil teve transmissão sustentada de uma única estirpe do vírus durante mais de 1 ano. No período 2013-2015, os casos importados resultaram na transmissão do sarampo em vários estados, inclusive em Pernambuco e Ceará, com 971 casos confirmados da doença. Este surto foi encerrado em julho de 2015, após uma campanha de vacinação.