Brasil recebe Certificado de Eliminação do Sarampo 01/05/2017 - 11:00

O sarampo está eliminado no Brasil. Em setembro de 2016, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) entregou ao Ministério da Saúde, durante a 55ª Reunião do Conselho Diretor da OPAS, o certificado da eliminação da doença. No evento, a região das Américas foi declarada como a primeira região do mundo considerada zona livre de sarampo.

O último caso relatado no Brasil foi no Ceará, em julho de 2015. Os últimos casos autóctones de sarampo ocorreram no ano 2000 e, desde então, todos os casos confirmados no Brasil foram importados ou relacionados à importação.

Para manter a eliminação do sarampo, a OPAS/OMS e o Comitê Internacional de Peritos (CIE) para a Eliminação do Sarampo e da Rubéola recomendam a todos os países das Américas que fortaleçam a vigilância ativa e mantenham a imunidade de sua população através da vacinação. O sarampo se torna assim a quinta doença prevenível por vacinação a ser eliminada nas Américas, após a erradicação regional da varíola em 1971, da poliomielite em 1994 e da rubéola e síndrome de rubéola congênita em 2015.

Desde 2002, quando nas Américas foi notificado o último caso endêmico de sarampo, a região havia interrompido a transmissão do vírus. Mas o sarampo continua circulando em âmbito mundial e alguns países têm notificado casos em outras partes do mundo. Entre o ano passado e agosto deste ano, o CIE recebeu as evidências apresentadas por todos os países da região da eliminação desta doença e as considerou satisfatórias para fazer esta declaração. O processo envolveu seis anos de trabalho com os países para documentar as evidências da eliminação.

HISTÓRICO
- Antes de começar a vacinação maciça em 1980, o sarampo causava cerca de 2,6 milhões de mortes por ano no mundo e cerca de 101,8 mil óbitos somente nas Américas entre 1971 e 1979. Um estudo sobre a efetividade da eliminação do sarampo na América Latina e no Caribe estima que, com a vacinação, os países da região preveniram 3,2 milhões de casos de sarampo e 16 mil mortes entre 2000 e 2020.

No Brasil, o Sarampo é uma doença de notificação compulsória desde 1968. A partir de 1999, a vigilância do sarampo é integrada à vigilância da rubéola, tornando oportuna a detecção de casos e surtos e a efetivação das medidas de controle adequadas.

Desde a implantação do Plano de Eliminação do Sarampo, em 2000, a doença apresentou baixa morbimortalidade. No ano 2000 foram confirmados os últimos surtos autóctones nos estados do AC e MS. A partir de 2001 ocorreram casos importados, mas sem grande magnitude e controlados pelas ações de prevenção e controle.

Também foi realizada Campanha de Seguimento contra o Sarampo em todos os municípios brasileiros no período em novembro de 2014. Com as medidas adotadas foi constatada a interrupção da circulação do vírus do sarampo no Brasil. A partir desse cenário, particularmente nos estados de PE e CE – onde ocorreram surtos em 2013, 2014 e 2015 – foi elaborado, em 2014 o Plano de Contingência Para Resposta às Emergências em Saúde Pública para o Sarampo.

Mesmo após a interrupção dessa transmissão, é importante a manutenção do sistema de vigilância epidemiológica da doença, com o objetivo de detectar oportunamente todo caso de sarampo importado, bem como adotar todas as medidas de controle ao caso.

A OPAS/OMS disponibiliza em sua página o relatório que certifica a eliminação do sarampo, da rubéola e da síndrome da rubéola congênita na região das Américas. Para saber mais, clique aqui.

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