Com o avanço da chikungunya pelo Estado do Rio de Janeiro, os municípios de Niterói e São Gonçalo viram os números de casos da doença mais do que quadruplicar neste verão. Na cidade do Rio também houve aumento de casos. Por outro lado, ocorreu uma redução de infectados pelo vírus da zika no estado.

Segundo a Secretaria de Saúde de São Gonçalo, os 966 casos de chikungunya registrados de janeiro a março deste ano já superaram o total do ano passado. Em Niterói, houve 688 registros da doença em 2018.

Diante desse cenário, medidas preventivas têm sido intensificadas, especialmente visitas para combater os criadouros e uso do carro fumacê. É fundamental, no entanto, a participação da população, pois a população é suscetível a este agente viral. Qualquer reservatório de água, seja vaso de planta, vasilha para bichos, deve ser vedado e lavado. O lixo também não pode ser jogado na rua.

No município do Rio, foram realizadas mais de 2 milhões de vistorias de agentes de vigilância em saúde neste ano. De janeiro até março, 1.139 casos de chikungunya foram registrados na cidade, um aumento de aproximadamente 13% em relação ao mesmo período de 2017.

O vírus da zika, por sua vez, que já apresentou surtos de contaminação nos últimos anos, teve redução significativa de registros. Foram 365 casos em 2018, contra 2.508 em 2017. Em relação à dengue,  os números são semelhantes ao vírus chikungunya. De janeiro a março, 4.743 pessoas foram contaminadas pela dengue, em comparação a 4.262 pela febre chikungunya.

O infectologista Celso Ramos, da UFRJ, esclarece que não há relação entre o crescimento ou a diminuição das enfermidades. "O Aedes é um vetor muito saudável e pode carregar até duas infecções ao mesmo tempo".

Um dos principais sintomas da chikungunya é a dor nas articulações, além de febre alta e manchas vermelhas pelo corpo. Em fases agudas, essa dor pode perdurar por cerca de 90 dias. O infectologista afirma que isso acontece por dois motivos: os anticorpos que o corpo produz contra o vírus também atuam contra as articulações, e a possível permanência do vírus no local em alguns casos. Quadro dolorosos prolongados, após um mês do diagnóstico da infecção, geram preocupação e precisam de tratamento especializado.